terça-feira, 22 de março de 2011

Filha da putice x carinho

-Sabe queria te contar uma coisinha.

-Ah, sério?! O que? Conte, estou muito curiosa!

-Entããão, é que assim.... você sabe o que sinto em relação a você né?

-Ain, não sei não, o que você sente?!*--*

-Eu sinto TOTAL DESPRESO POR VOCÊ!

-COMO?!

-É, é isso mesmo! Ah, que alivio! Consegui expor esse sentimento que me corroia, agora sai da minha frente sua infeliz!

-Mas, mas, mas você não ia dizer que me ama? D=

-JAMAIS! Você acha que eu teria algum sentimento positivo por alguém que só sabe choramingar e ficar de mimimi o tempo inteiro? Ah vá!

-Seu grosso, estúpido e AAAAAAAAAAAAH! Adeus!
___
Pronto, agora que ela vai ficar com ódio de mim. E vai crescer e amadurecer só para mostrar para me mostrar o que estou perdendo.  Poderia ser diferente? Claro, mas não surtiria o mesmo efeito. Às vezes ser filha da puta dá mais certo do que ser amoroso e/ou carinhoso.

Andreza Maciel

quarta-feira, 16 de março de 2011

Mais uma poesia

Sempre deixei claro que ADORO poesia e aqui vai mais uma, dessa vez em homenagem a minha queridíssima Talita, ou Thatuska, como preferirem. Enfim, é um poema de John Donne que chama-se Elegy XIX To his Mistress Going to Bed, no original traduzido é Elegia: Indo para o leito. Colocarei só a versão traduzida porque né. Se quiserem em inglês procurem vocês ;*


ELEGIA: indo para o leito
Vem, Dama, vem que eu desafio a paz;
Até que eu lute, em luta o corpo jaz.
Como o inimigo diante do inimigo,
Canso-me de esperar se nunca brigo.
Solta esse cinto sideral que vela,
Céu cintilante, uma área ainda mais bela.
Desata esse corpete constelado.
Feito para deter o olhar ousado.
Entrega-te ao torpor que se derrama
De ti a mim, dizendo: hora da cama.
Tira o espartilho, quero descoberto
o que ele guarda, quieto, tão de perto.
o corpo que de tuas saias sai
É um campo em flor quando a sombra se esvai.
Arranca essa grinalda armada e deixa
Que cresça o diadema da madeixa.
Tira os sapatos e entra sem receio
Nesse templo de amor que é o nosso leito.
os anjos mostram-se num branco véu
Aos homens Tu, meu anjo, és como o Céu
De Maomé. E se no branco têm contigo
Semelhança os espíritos, distingo:
o que o meu anjo branco põe não é
o cabelo mas sim a carne em pé.
        Deixa que minha mão errante adentre
Atrás, na frente, em cima em baixo, entre.
Minha América! Minha terra  à vista,
Reino de paz, se um homem só a conquista,
Minha Mina preciosa, meu Império,
Feliz de quem penetre o teu mistério!
Liberto-me ficando teu escravo;
onde cai minha mão, meu selo gravo.
        Nudez total! Todo prazer provém
De um corpo (como a alma sem corpo) sem
Vestes. As jóias que a mulher ostenta
São como as bolas de ouro de Atalanta:
o olho de tolo que uma gema inflama
Ilude-se com ela e perde a dama.
Como encadernação vistosa, feita
Para iletrados, a mulher se enfeita;
Mas ela é um livro místico e somente
A alguns (a que tal graça se consente)
É dado lê-la. Eu sou um que sabe;
Como se diante da parteira, abre-
Te: atira, sim, o linho branco fora,
Nem penitência nem decência agora.
        Para ensinar-te eu me desnudo antes:
A coberta de um homem te é bastante.

John Donne
Tradução: Augusto de  Campos

segunda-feira, 14 de março de 2011

Apenas uma citação

"Meum est propositum in taberna mori ut sint vina proxima morientis ori. Tunc cantabunt laetius angelorum chori: sit Deus propitius huic potatori."
"arquipoeta"

Ok! Vamos à explicação. Acima temos uma linda citação em LATIM de uma canção que muito provavelmente foi composta em 1163. Essa estrofe provém do Vagantenbeichte do dito "arquipoeta", cujo nome nunca foi identificado. Uma pena porque eu REALMENTE me identifico com a citação, pelo menos atualmente :D

Bom, vamos à tradução:
"Meu propósito é morrer na taberna quando os vinhos estão próximos a boca do moribundo. Então cantarão mais alegremente os coros dos anjos: que Deus seja propício a este beberrão."

quinta-feira, 10 de março de 2011

Intimidades

Sou uma pessoa meio fechada. Aliás sou bem fechada quanto a diversos aspectos. Para poucas pessoas conto TUDO da minha vida. Creio que pouquíssimas pessoas presenciaram o meu choro, ainda que não fossem poucas lágrimas. Realmente não sou explicita.


Não digo que isso é um problema. Talvez seja para os outros que não sabem o que eu sinto no momento. Sou muito mais ouvinte. Gosto de conhecer pessoas, mas demoro pra falar sobre mim o que gosto e o que realmente sou. Prefiro agir. Sou direta e acho que isso incomoda algumas pessoas, mas não posso mudar isso.

 Porque tudo isso? Talvez meu orgulho exacerbado, talvez eu tenha medo ou talvez seja frescura mesmo. A questão é que eu não sou nenhum pouco explicita. Meus sentimentos para com os outros ficam numa caixinha no fundo de mim e aí, quando eu acho conveniente, eu simplesmente a abro e ponho TUDO para fora. Numa avalanche louca de sentimentos, palavras e gestos eu jogo tudo aquilo que sinto na cara da pessoa como se não houvesse o amanhã.

E às vezes não há mesmo. Porque depois de realmente saberem o que eu sinto as pessoas S-O-M-E-M. Aí o jogo vira e minha vida vai pra PUTA QUE PARIU! Antes eu era a frescurenta e a covardezinha, mas agora a pessoa a qual me expus FUGIU de mim e não dá mais noticias.

Nesse momento você para e começa a refletir “valeu a pena falar o que sentia blábláblá para tal pessoa e ela agir feito uma criança que foge de você?!”. Mas quando eu começo a pensar assim é que eu começo a me esclarecer.

Porque quando você se confunde com alguém você percebe que não vale NADA a pena. Porque aquele/a que te confunde lá merece seu apreço? CLARO QUE NÃO! Então OK. Partindo pra outra caixa de sentimentos que DEVE permanecer fechada, trancada e com a chave perdida. Porque assim diversas coisas, como por exemplo: confusão, choro, EXPOSIÇÃO, mimimi’s, EXPOSIÇÃO, acusações, EXPOSIÇÃO, etc.

E assim aprende-se que quando uma pessoa é tímida, recatada, introvertida e implícita para com seus sentimentos é por um BOM motivo. Então, se você quer ter um bom relacionamento comigo ou com qualquer outra pessoa assim, preserve isso. Não force a barra.

Lembrem-se atitudes valem mais do que palavras. Se eu te abraçar é por que eu quero te proteger, te acalmar, te ver bem. Se eu lhe der um beijo no rosto quero MUITO o seu bem e pode ter certeza que o que eu sinto por você é bem especial. E cara se eu disser que sinto saudades de você ou eu te amo, sinta que é bem sincero. 

Andreza Maciel

segunda-feira, 7 de março de 2011

Guimarães Rosa

Eu falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração.

Guimarães Rosa

Guimarães Rosa é um escritor genial. Já não sei porque falo isso de cada um que eu posto, porque literatura é algo essencial na minha vida, mas enfim. Essa citação, pra mim, é uma das maiores provas da inteligencia dele. Ela demonstra o amor que ele tinha pelos estudos e pelo conhecimento. E, sei lá, pra mim isso é MUITO lindo. 

Um dia gostaria de ter 1% do talento dele. Assim saberia que teria tudo aquilo que mais admiro nesse grande escritor.