segunda-feira, 30 de abril de 2012

Escolha

Meu bem, nada será apressado ou forçado. Mas não me peça para esperar eternamente, sou ansiosa e tenho sede de paixão. Peço encarecidamente, não me enrole! Se for para isso, desistimos e largamos tudo o que nem foi planejado e pensado.

Pois, creio eu, você há de concordar comigo que não existe um motivo para estarmos tão... enfim. Nossa ligação é intensa! Ou não, como você costuma dizer. A conversa flui e nada é ensaiado, mas como encaminharemos tudo isso?

Veja bem, depois de todos os poemas declamados, músicas escutadas e carinhos trocados o que estamos fazendo somente nos olhando? Está na hora de mudar de postura. Anseio por algum posicionamento seu.

Então, aceitei dançar com você e agora? Seguiremos dançando ou iremos parar e nos desvincular?

A escolha é sua!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Divinas dualidades

As dualidades que a vida nos coloca são lindas, aliás, divinas! Umas parecem tão opostas a outras, mas, em suma maioria, são apenas seu complemento. Complemento este que necessita de cuidado e reflexão. E essas coisas levam tempo, não apenas umas horas ou alguns dias, mas longos períodos com tais dicotomias girando na mente.

E a mente não para de trabalhar. Ela sempre fará você pensar naquilo que mais te incomoda e naquilo que mais te alegra, conforme-se! Não importa o quanto você tente fugir isso perseguirá você até o fim da sua vida. E será isso que trará cor a ela! O não refletir é cinza e sem graça.

A constância e convergência eterna de pensamentos é bizarra e não permite evolução. A discordancia, a reflexão e as divergências que a vida nos submete não são obstáculos, mas somente mais um convite filosófico que nos é oferecido. Basta apenas ter a consciência de aceitar ou não. Evoluir é preciso, crescer e amadurecer assim como sempre foi orientado, porém cada um sabe de suas dualidades e a que reflexões elas levam. Logo cada um nunca será igual a outro.

As experiências vividas individualmente só fazem com que o convite seja reforçado ou negado constantemente. Gozado olhar a sua volta e perceber como as pessoas fazem tal escolhe, porque nem sempre o mais fácil é o mais calmo e melhor. Será que as dualidades do mundo serão resumidas em apenas "certo e errado" e "bem e mal"?

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Meu querido Carlos Henrique

Mesmo sabendo que eu não podia fazer nada, dói. Não dói tanto quanto algo inesperado, talvez a sua "despedida" tenha me confortado e aliviado a dor que eu sentiria. Talvez por eu saber o que poderia acontecer, e aconteceu, me permitiu aceitar o fato de coração aberto e não sofrer.

Confesso que hoje quase chorei. Algo que não é lá tão comum quando eu lembro de você, mas acabei lembrando da música... Sabe "Duas lágrimas" da Fresno, que você tanto gostava? Então, ela me veio subitamente na mente e comecei a cantá-la. Na segunda estrofe eu já estava com os olhos molhados e nos dois últimos versos eu tinha a garganta travada num nó e minha voz nem saia. Mas vamos esquecer isso, prometi a você que seguiria sorrindo e feliz.

Lembrar de tudo o que passamos juntos me deixa, sempre, com um sorriso largo no rosto. Não consigo ficar triste ao remexer nesses lembranças, na verdade sinto muita saudade e um carinho enorme me inunda. E a minha grande memória guardada são risadas e mais risadas, então não há motivo para chorar por tais lembranças :)

Cara, esses dias vasculhei minhas coisas* e achei aquela corrente que você me deu. Tá toda fudida e enferrujada, mas tá aqui! É, eu perdi todas as oportunidades que eu tinha para perguntar o porquê de você me dar uma corrente, mas isso acontece.

Voltando a música. Como você disse pra mim, ela realmente não deve ser ouvida como uma despedida de amor, mas  sim de um grande amigo dizendo a outro "Olha, aguenta firme! Eu vou embora, mas vou tá contigo nas memórias e no coração". Eu devia ter entendido isso na época, mas era criancinha demais... ainda sou criança, mas estou começando a entender o que você fez por mim.

Kick, valeu mesmo.TAMO JUNTO!

Inferno coletivo

Às seis da tarde, a face cansada dos passageiros é evidente, alunos com mochilas aos pés por não aguentarem mais seus pesos, trabalhadores dormindo encostados nos vidros frios, senhoras caladas por não terem forças para falar, o cobrador sujo de seu dia de trabalho, o motorista dirigindo calmamente, pois há chuva lá fora.

A chuva que impede a circulação de ar dentro do ônibus, deixando-o como uma sauna. O cheiro que está no ar é insuportável e quase tátil de tão denso. O suor que escorre da fronte dos passageiros agrava a cada segundo a tensão e o calor por eles sentido, no que já é extremamente torturante.

Tic-tac, tic-tac, é o som emitido pelo relógio de pulso do cobrador e todos em silêncio fúnebre o escutam, não esperam a hora que, finalmente, sairão do inferno coletivo para adentrar vossos lares.




Essa é uma redação que escrevi quando estava no pré-vestibular. Uma descrição de um ônibus lotado num dia de chuva.

domingo, 8 de abril de 2012

Dudz

Tantos anos depois você continuar me ensinando muito, continuar "cuidando" de mim, continua sendo aquele amigo que eu sempre procurei nos meus momentos de desespero. E é estranho como a maneira do ensinamento vem. Demorei anos para entender pequenas frases, pequenos gestos e atitudes, juro que ainda não acredito o quanto fui cega.

Eu agradeço por tudo! Pelos três anos que pude conviver com você e por todo o carinho destinado a mim. Obrigada por me ensinar a loucura da sensatez e o doce prazer da inconsequência futura. Obrigada por aguentar meu choro baixinho e minha risada escandalosa. Obrigada por, principalmente, acreditar em mim!

Não consigo expressar em palavras o que sinto sempre que lembro de tudo. Não sei escrever o sentimento que há no meu peito em saber que nunca mais abraçarei você, conversarei com você, ouvirei sua voz, verei seu sorriso. É meio demais pra mim. Saber que uma hora você me abraçava, gritava para todos que me amava  e falando "Pieni, nunca vou abandonar você! Você entendeu? Jamais você vai ficar sozinha." e na outra hora você foi arrancado de mim.

Passaram quatro anos, Dudz. Quatro anos de muita saudade e, infelizmente, muito choro. Nesse tempo muitas vezes ignorei o fato de você não poder me responder mais e sempre o procurei. Em vão. Mas, agora, prometo que vou conseguir. Vou ser a mulher que um dia você disse que eu era/seria. Mesmo que eu seja apenas essa criança, que tenta guardar toda a sua dor, vou seguir adiante.

Não vou me DESVINCULAR, vou me conformar e aceitar o fato de você ter morrido e nunca mais poder me abraçar. Porque não posso esquecer da pessoa que um dia pegou na minha mão e disse que tudo daria certo no final. Dudz, eu também nunca vou te abandonar :)