Em perfeita harmonia com um decassílabo heroico ou com dísticos
iâmbicos. Pequena como Leminski poetizava e extensa como uma Ilíada ou Odisseia
de Homero. Ora a boêmia que viverá uma vida transloucada e errante e outrora a
miúda que come chocolates. Com a psicologia de uma vencida,
fracassada e ignorada, mas também de uma guerreira, audaciosa e lutadora.
Às vezes visual e concreta, mas muitas vezes dadaísta e sem forma.
Muito confundida como para poucos e de uma elite, mas sempre caindo na farra no
meio do povão, sempre na taberna com um copo na mão e amigos no chão. Na medida
certa, ou não, para amigos, amores, paixões e principalmente para a vida.
Podendo ser traduzida para outras línguas.
Há pessoas que ousam musicar-me. Tem gente que me sintetiza em
quatro versinhos e existem aqueles que me prolongam por epopeias. Sendo
passarinho ou gouche, de canto em canto aumentando um ponto. Indo para Pasárgada
e depois sonhando em voltar do exílio.
Expressionista, surreal, contemporânea, não importa. O que vale é a
livre expressão. Expressão que segue a livre métrica e o livre pensar de quem a
pena ousar empunhar. Ousadia digna de guerreiros com espadas, lanças e escudos.
Mas tal ousadia não necessita de força, apenas de inspiração. E a inspiração,
meu caro, é um esforço muito mais desmedido que qualquer força bruta existente
nesse mundo.
Poetize meus sorrisos e o rubor de minhas bochechas que entenderá o
que digo. Entenderá a simplicidade de tudo e de nada também. Venha ser parte,
também, da minha obra-prima: a minha vida!