terça-feira, 31 de julho de 2012

Pura poesia

Sou pura poesia. Poesia viva, errante, mutante e andante. Sempre um versinho ou uma estrofe. Às vezes com métrica perfeita de um soneto clássico ou perdida na deliciosa viagem modernista. Feita de rimas com amor e dor ou mesmo dispensando tais clichês e partindo pra alegria e pro livre viver.

Em perfeita harmonia com um decassílabo heroico ou com dísticos iâmbicos. Pequena como Leminski poetizava e extensa como uma Ilíada ou Odisseia de Homero. Ora a boêmia que viverá uma vida transloucada e errante e outrora a miúda que come chocolates. Com a psicologia de uma vencida, fracassada e ignorada, mas também de uma guerreira, audaciosa e lutadora.

Às vezes visual e concreta, mas muitas vezes dadaísta e sem forma. Muito confundida como para poucos e de uma elite, mas sempre caindo na farra no meio do povão, sempre na taberna com um copo na mão e amigos no chão. Na medida certa, ou não, para amigos, amores, paixões e principalmente para a vida. Podendo ser traduzida para outras línguas.

Há pessoas que ousam musicar-me. Tem gente que me sintetiza em quatro versinhos e existem aqueles que me prolongam por epopeias. Sendo passarinho ou gouche, de canto em canto aumentando um ponto. Indo para Pasárgada e depois sonhando em voltar do exílio.

Expressionista, surreal, contemporânea, não importa. O que vale é a livre expressão. Expressão que segue a livre métrica e o livre pensar de quem a pena ousar empunhar. Ousadia digna de guerreiros com espadas, lanças e escudos. Mas tal ousadia não necessita de força, apenas de inspiração. E a inspiração, meu caro, é um esforço muito mais desmedido que qualquer força bruta existente nesse mundo.

Poetize meus sorrisos e o rubor de minhas bochechas que entenderá o que digo. Entenderá a simplicidade de tudo e de nada também. Venha ser parte, também, da minha obra-prima: a minha vida!

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