quinta-feira, 12 de abril de 2012

Inferno coletivo

Às seis da tarde, a face cansada dos passageiros é evidente, alunos com mochilas aos pés por não aguentarem mais seus pesos, trabalhadores dormindo encostados nos vidros frios, senhoras caladas por não terem forças para falar, o cobrador sujo de seu dia de trabalho, o motorista dirigindo calmamente, pois há chuva lá fora.

A chuva que impede a circulação de ar dentro do ônibus, deixando-o como uma sauna. O cheiro que está no ar é insuportável e quase tátil de tão denso. O suor que escorre da fronte dos passageiros agrava a cada segundo a tensão e o calor por eles sentido, no que já é extremamente torturante.

Tic-tac, tic-tac, é o som emitido pelo relógio de pulso do cobrador e todos em silêncio fúnebre o escutam, não esperam a hora que, finalmente, sairão do inferno coletivo para adentrar vossos lares.




Essa é uma redação que escrevi quando estava no pré-vestibular. Uma descrição de um ônibus lotado num dia de chuva.

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