terça-feira, 13 de novembro de 2012


Ok, vamos aos fatos:

Eu não quero te pegar, simples assim.

Quer motivos? Ok também.

Primeiro que você é pior do que aquelas malditas ressacas de segunda-feira, só que sem a parte de ter passado por momentos bons enquanto bêbada na madrugada de domingo.

Segundo que você é machista. Sabe aquele tipo de pessoa que parece ter uma gigantesca falta de maturidade e segurança ou quanto a própria sexualidade e masculinidade? Aí resolve descontar em quem não parece machinho alfa de filme holywoodiano ruim dos anos 80? Então, você é assim (e não diga que não é porque você sabe que é, nao disfarce).

E terceiro e o mais importante:

EU NÃO SINTO NEM UM COMICHÃOZINHO DE TESÃO POR VOCÊ!!!!!

Entendeu agora?

Karen Silva

quarta-feira, 7 de novembro de 2012


Venha e una seu corpo ao meu. Façamos poesia concreta por entre minhas coxas, cantemos extonteantes óperas com nossos ofegantes gemidos e criemos arte surrealista com a fricção de minha língua no teu corpo.

Vamos jogar fora os padrões pré-estabelecidos do amor e trangredi-lo através de tapas, arranhões, gritos e puxões de cabelo. Permitindo que o desejo carnal e impulso febril seja nosso guia. Ficando cegos ao mundo externo que não nos dê gozo e ardor.

Que o tesão seja o combustivel inegavel da nossa noite e que deixemos que o tato seja o nosso principal sentido. Usemos bocas, línguas e dentes como extensão deste sentido para ampliar os sons que vem do mais profundo da garganta.

Vamos pintar um quadro cubista em meio aos feixes de luz. Um quadro com as cores vivas do nosso gozo, do nosso prazer. Faça isso com gosto e com amor para mais que mais tarde nosso obra prima seja exposta.

Obra que ficará a mostra em nossos corpos por tempo determinado e limitado. Com formas de roxos, vergões e chupões. E se recriminarem e olharem torto, nem se importe. Tais pessoas frígidas jamais saberão a delícia que é te chupar e nunca me farão urrar de tanto prazer.

Nos dias que seguirão se a nossa lasciva noite estaremos com o sorriso mais delator nos lábios e aquele brilhos nos olhos de quem acabou de tirar a sorte grande. Todos saberão que algo aconteceu, pelas marcas deixadas, pelo sorriso, pelo brilho no olhar, mas nem 10% do que aconteceu naquela cama poderá ser imaginado por tais criaturas.

Criaturas infelizes e que não têm um orgasmo decente há anos. Seres que são robôs e não sonham a noite. Ah, meu bem, eles não têm capacidade de amar uns aos outros com tanta intensidade como fizemos naquela noite.

domingo, 4 de novembro de 2012


O espaço entre o trem e a plataforma é inexistente quando se trata de Estação Sé às seis da tarde. Aliás, nesse horário não há espaço naquele lugar! Todo metro quadrado é tomado por um batalhão de pessoas com os mais variados destinos. E a única certeza que se pode ter é que esse é o ponto de encontro que a cidade de São Paulo escolheu, quer dizer, decretou como único e supremo. E nessa supremacia toda, todos se suprimem, ficam espremidos, sufocados, doloridos e com uma vontade enorme de matar o filho da puta vossas costas para dentro do vagão.

Caso o inferno exista, um de seus portais é aberto pontualmente às cinco e meia da tarde, porque tem que encher a plataforma e causar o caos, de segunda a sexta feira nessa bagaça de metrô. E o pior é que o sofrimento não vai acabar quando você entrar no vagão, ó tão sonhado vagão, ele vai piorar!

Imagina que a chegada do metrô na plataforma é como jogar na Mega Sena, ou melhor, jogar Truco. Você precisa ter sorte, pra chegar um vazio, muita manha, pra conseguir um lugar sentado, e ser bom de blefe, pra poder mentir pra si mesmo que aquele desgraçado atrás de você não te empurrou e/ou não está te encoxando.

Ok, muitas vezes não é possível ser um exímio jogador na arte do metrô, principalmente na Sé. Pois quanto mais o metrô se aproxima da plataforma mais o clima de tensão aumenta e é só abrir as portas que é cada um por si! É declarada guerra, vale tudo, Pride, MMA, treta, salve geral, chame do que quiser, mas só lembre-se de levar a mochila/bolsa na frente do corpo, cuidado com o celular, olha a mão boba, libera o banco preferencial, malandrão, e comece a entoar um mantra pra relaxar, logo você chegará ao seu destino final. Mas se empurrar leva xingo e se meter a mãe no meio leva um tapa na fonte pra dar sinal de ocupado até a próxima vida.

sábado, 13 de outubro de 2012


Minha terra têm muito prédios
Um trânsito caótico e estressante
As aves que aqui gorjeiam
São os canários encarcerados
Minha terra tem caos e gritaria
E estão acabando com a boêmia
A cultura virou artigo de luxo
E a periferia é tratada como lixo
Lá encontro um pedinte no farol
E uma Ferrari dobrando a esquina
Eu, eu não aguento mais!
Deus, caso exista, não permita que eu morra
Sem que eu veja São Paulo reerguida
Sem que eu veja o Centrão colorido
E que o amor volte a São Paulo


Andreza Maciel


domingo, 7 de outubro de 2012


Há alguns meses quem diria que nós dois estariamos assim? Quem de nós dois imaginaria que aquele abraço e aquela longa conversa resultaria nisso tudo?

Engraçado, louco, incrível pensar que nesses cinco meses, que eu acabei de contar, a sucessão de eventos que nos aproximaram foi espantosamente rápida e espontânea. Muito bom saber que até então tudo caminha bem. Confesso que adoro a sensação de certeza que você me passa. 

Você aprendeu a lidar com os meus xiliques, com as minhas sandices e minhas birras. Sabe me desarmar completamente, mesmo quando estou pronta para explodir. Só uma frase consegue fase o dia inteiro valer a pena. Acho que é que tem que ser assim.

Saudade sempre existirá, mas enquanto você estiver aí pra segurar a minha mão tudo vai estar bem. E se não tiver bem, a gente arranja um jeito de ficar :D 




e depois de tanto tempo com isso preso consegui escrever um mínimo do que eu queria :) 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Sorriso largo nos meus lábios é sinal que você veio na minha mente. É sinal que estou pensando em estarmos juntos, que estou ouvindo aquela música que te mostrei há algum tempo.

Obrigada por tudo. 

domingo, 19 de agosto de 2012

Ela...


“Eu não vou te perder!” Foi a última frase que ouvi dela. Ela que um dia mudou minha rotina, roubou meus dias e quase tinha minha vida, hoje me apresenta a nobre arte da decepção.

Não aguentou um mês. Sua insanidade não permitiu. O que eu vou fazer a respeito? Farei uma faxina na minha vida para colocá-la nos eixos. A oportunidade de aprender com a dor é tão única e mágica que devíamos ter sempre conosco um caderninho para anotar suas lições.

“Ainda sinto o seu perfume...” Vê se pode coisa dessas?! Ela brinca com o tom de seriedade que emprego na conversa. Creio que devia avisá-la que não há porquê voltar, que eu não penso mais em segui-la.

Sei que tudo parece estranho, que todo mundo quer cuidar de mim, mas a verdade o que eu quero é cair. Não tem porque se lamentar! Vamos ver no que dá quando ela aparecer a minha porta.

“Você me faz tão bem!” Tenho que confessar: existe outra pessoa em seu lugar, embora isso me doa, não vai dar.

Não quero mais a sua insensatez. Não vem com esses ciúmes me atrasar. Não sou sua. Já não vejo mais o velho rosto que amei.

“Espera! Brinda comigo?
O que?
A minha coragem! Eu não vou te perder!”

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Lágrimas e sorrisos

Chorar lava a alma. Meu choro geralmente vem cheio de significados, trás consigo tudo o que carrego durante meses calada. Ou mesmo transborda a alegria que não consigo guardar dentro do peito através dos meus olhos.

Esses meus olhos que carregam lágrimas que ora pesam toneladas, ora são mais leve que a brisa da manhã. Lagrimas de pesar, dor e tristeza que podem muito bem transformar-se em alegria, emoção e amor. Lágrimas que escorrem pelo meu rosto e salgam meus lábios. Trazendo a minha boca a minha própria essência. Essa essência sentimental e transbordante.

Minha essência é extrema. Sorrio e choro ao mesmo tempo, entendendo o porquê de tudo estar acontencendo daquele modo. Agradecendo por tudo estar sendo assim, maldizendo por tudo estar sendo assim. Olhando para meus pés, com os punhos cerrados, com mil pensamentos passando em minha cabeça e a certeza de que tudo vai mudar, para melhor ou para pior. Essa certeza ronda meus sorrisos salgados de lágrimas, os rios formados em minha bochechas e meus olhos transbordantes.

Só resta limpar essas lágrimas que escorrem pelo meu rosto, fechar suavemente os olhos, rever com calma os mil pensamentos que passaram na minha mente e sorrir como nunca. Pois não só meus olhos lavam minha alma e transbordam tudo o que trago dentro de mim.

Meu sorriso compõe o mais singelo e simples dos meus estados. Sorrio em todas as ocasiões, mesmo estadando triste. Meu sorriso é caracteristico, mas a minha certeza de que só há um de felicidade é o que me ergue sempre.

Não preciso fingir sorrisos tristes ou segurar lágrimas de felicidade. Eles ocorrem naturalmente. Meus extremos são assim. Às vezes acontece de ambos estarem presentes e a confusão reinar.

Confusão. É, quem sabe não é essa a palavra que me descreva.


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Culto ao foda-se



Apresento-vos meu singelo culto a expressão "FODA-SE". É com bastante orgulho que faço isso. Não só por estar estressada, de TPM ou algo parecido, mas por simplesmente ficar mais leve e livre de "n" fardos que vem arrastando-se comigo desde o começo do ano. 

Então, foda-se a faculdade, as aulas, a greve, a Dilma, o Mercadante, o Haddad, o Serra, o próximo prefeito desta cidade, os marqueteiros desses desgraçados e quem vai votar neles. E com isso alivio um pouco do meu stress político que venho acumulando. Ah, claro que não posso esquecer mandar um foda-se para a mulher de cabelos vermelhos e piercing que diz acreditar no conservadorismo e quer refundar o ARENA.

Por todos os meus problemas amorosos e correlatos, foda-se o meu ex-namorado, a Bianca, o cara que está querendo que eu pendure uma faixa escrita NÃO na rua dele, o cara que deixou minha bochecha com três roxos e saiu me caçando no dia seguinte, o cara que não sabe levar um não singelo, a mulher louca que me liga chorando, todos os caras que não largam do meu pé, todas as mulheres que me ameaçaram, todos que me deram fora e as paixões relâmpagos.

Por todo stress cotidiano, foda-se o cara que me chamou de gostosa na rua, o tio do boteco que me negou uma cerveja, a velha que gritou comigo sem motivo no metrô, a babaca que deu um tapão na minha nuca, o bibliotecário que bloqueou meu cadastro por um dia de atraso, os caras com quem já briguei em transporte público por terei me bolinado, a todos os cuzões existentes no mundo.

Por todo meu stress profissional e acadêmico, foda-se os livros, meus escritos, os teóricos e suas teorias, a gramática, a fonética e fonologia, a linguística, a minha graduação inteira, a preparação de aula, a docência, o magistério, a revisão de textos, os artigos, os ensaios, os projetos, as dialéticas e tudo relacionado a Letras!

Simples e viceral, foda-se. Foda-se você também, que está lendo agora. Vamos todos nos foder e fazer da vida uma grande suruba.

domingo, 5 de agosto de 2012

Es complicado, it's complicated, c'est compliqué, é complicado. Complicado, enrolado, difícil, distante. Tudo junto, uma mistura, mas mesmo assim é tão bom que não afeta tanto. Não afeta nada. Só aumenta vertiginosamente, exponencialmente. Só potencializa o que está acontecendo e tudo vira brincadeira, um jogo.

Não quero parar de brincar com este jogo tão cedo.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Pura poesia

Sou pura poesia. Poesia viva, errante, mutante e andante. Sempre um versinho ou uma estrofe. Às vezes com métrica perfeita de um soneto clássico ou perdida na deliciosa viagem modernista. Feita de rimas com amor e dor ou mesmo dispensando tais clichês e partindo pra alegria e pro livre viver.

Em perfeita harmonia com um decassílabo heroico ou com dísticos iâmbicos. Pequena como Leminski poetizava e extensa como uma Ilíada ou Odisseia de Homero. Ora a boêmia que viverá uma vida transloucada e errante e outrora a miúda que come chocolates. Com a psicologia de uma vencida, fracassada e ignorada, mas também de uma guerreira, audaciosa e lutadora.

Às vezes visual e concreta, mas muitas vezes dadaísta e sem forma. Muito confundida como para poucos e de uma elite, mas sempre caindo na farra no meio do povão, sempre na taberna com um copo na mão e amigos no chão. Na medida certa, ou não, para amigos, amores, paixões e principalmente para a vida. Podendo ser traduzida para outras línguas.

Há pessoas que ousam musicar-me. Tem gente que me sintetiza em quatro versinhos e existem aqueles que me prolongam por epopeias. Sendo passarinho ou gouche, de canto em canto aumentando um ponto. Indo para Pasárgada e depois sonhando em voltar do exílio.

Expressionista, surreal, contemporânea, não importa. O que vale é a livre expressão. Expressão que segue a livre métrica e o livre pensar de quem a pena ousar empunhar. Ousadia digna de guerreiros com espadas, lanças e escudos. Mas tal ousadia não necessita de força, apenas de inspiração. E a inspiração, meu caro, é um esforço muito mais desmedido que qualquer força bruta existente nesse mundo.

Poetize meus sorrisos e o rubor de minhas bochechas que entenderá o que digo. Entenderá a simplicidade de tudo e de nada também. Venha ser parte, também, da minha obra-prima: a minha vida!
Quando mais se precisa de algo nunca se acha, quando menos precisa de alguém é aí que aparece. Quando se está decidida a só curtir a vida o destino vem e te passa uma rasteira. E para te ajudar a levantar vem aquele cara de sorriso largo, te estendendo a mão e brincando com você.

É minha cara, a paixão não vai te dar nenhuma trégua.

terça-feira, 24 de julho de 2012


O mundo dá tantas voltas que, às vezes, nos leva a um lugar tão comum a nós que não imaginamos que é lá que tudo mudará. Num piscar de olhos a vida passa e não há tempo hábil para aproveitá-la como se deve. Então se descobre que o melhor é abrir os braços e aceitar de peito aberto a oportunidade que lhe é oferecida.

Aberta para toda e qualquer oportunidade de trazer um sorriso iluminador no rosto. Livre e leve para o que der e vier, sempre sabendo que nada poderá ser tão ruim que uma boa dose de risadas com amigos não cure. Permitir-se a novas experiências e se jogar de cabeça em toda e qualquer aventura que encontrar.

Sei que tudo que foi escrito acima parece ter sido redigido por uma garotinha boba apaixonada, mas eu realmente não posso fugir desse estereótipo. Estou boba com tudo o que vem acontecendo na minha vida e apaixonada não só por ela, mas também por alguém que só me faz sorrir a todo o momento que lembro do seu sorriso e de tudo o que me disse. 

Visto a carapuça de idiota, já que essa idiotice está me fazendo tão bem. Juro nunca ter pensado em tal coisa, nunca ter sentido tanta saudade de conversar com alguém e, mesmo assim, sentir uma atração física quase incontrolável. Sei que sou louca, mas antes uma louca apaixonada e feliz do que uma louca deprimida e infeliz. 

Estou me permitindo experimentar, ou mesmo me lambuzar, com a doce insensatez para levar tudo isso em frente. Vou ser feliz, mas vivendo um dia de cada vez. 

domingo, 15 de julho de 2012

Por favor, não vá! Fique mais um minuto, uma hora, um dia, uma semana, um mês, um ano… uma vida!

Traduzir-se

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?


Ferreira Gullar


Gullar traduzindo o que sou neste exato minuto. Amanhã posso mudar, já não sei ao certo :)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Só me diz que tá tudo bem e me abraça. Não precisa de mais nada. A alegria já está ao nosso redor :)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Vital prá sentir.
Vital prá viver.
Olhando assim, nem dá prá ver.
Coração. Orgão. Pulsa!
Coração. Amor. Luta!
Coração. Dor. Luto!
Luto e luto muito, meu coração é guerreiro,
calado vai enfrentando tudo... Calado, mas nunca quieto...
Coração. Vida.
Coração...
Longe, perto.
Aqui... ♥

Brittox 
01/07/2012

"Ganhei" esse lindo poema em troca de uma palavra. A palavra foi coração. A moça fez ele pra mim numa festa junina lá no minhocão.

Entrem o site dela :D

domingo, 1 de julho de 2012

Epitalamio



¿Recuerdas cuando
en invierno
llegamos a la isla?
El mar hacia nosotros levantaba
una copa de frío.
En las paredes las enredaderas
susurraban dejando
caer hojas oscuras
a nuestro paso.
Tú eras también una pequeña hoja
que temblaba en mi pecho.
El viento de la vida allí te puso.
En un principio no te vi: no supe
que ibas andando conmigo,
hasta que tus raíces
horadaron mi pecho,
se unieron a los hilos de mi sangre,
hablaron por mi boca,
florecieron conmigo.
Así fue tu presencia inadvertida,
hoja o rama invisible
y se pobló de pronto
mi corazón de frutos y sonidos.
Habitaste la casa
que te esperaba oscura
y encendiste las lámparas entonces.
Recuerdas, amor mío,
nuestros primeros pasos en la isla:
las piedras grises nos reconocieron,
las rachas de la lluvia,
los gritos del viento en la sombra.
Pero fue el fuego
nuestro único amigo,
junto a él apretamos
el dulce amor de invierno
a cuatro brazos.
El fuego vio crecer nuestro beso desnudo
hasta tocar estrellas escondidas,
y vio nacer y morir el dolor
como una espada rota
contra el amor invencible.
Recuerdas,
oh dormida en mi sombra,
cómo de ti crecía
el sueño,
de tu pecho desnudo
abierto con sus cúpulas gemelas
hacia el mar, hacia el viento de la isla
y cómo yo en tu sueño navegaba
libre, en el mar y en el viento
atado y sumergido sin embargo
al volumen azul de tu dulzura.
O dulce, dulce mía,
cambió la primavera
los muros de la isla.
Apareció una flor como una gota
de sangre anaranjada,
y luego descargaron los colores
todo su peso puro.
El mar reconquistó su transparencia,
la noche en el cielo
destacó sus racimos
y ya todas las cosas susurraron
nuestro nombre de amor, piedra por piedra
dijeron nuestro nombre y nuestro beso.
La isla de piedra y musgo
resonó en el secreto de sus grutas
como en tu boca el canto,
y la flor que nacía
entre los intersticios de la piedra
con su secreta sílaba
dijo al pasar tu nombre
de planta abrasadora,
y la escarpada roca levantada
como el muro del mundo
reconoció mi canto, bienamada,
y todas las cosas dijeron
tu amor, mi amor, amada,
porque la tierra, el tiempo, el mar, la isla,
la vida, la marea,
el germen que entreabre
sus labios en la tierra,
la flor devoradora,
el movimiento de la primavera,
todo nos reconoce.
Nuestro amor ha nacido
fuera de las paredes,
en el viento,
en la noche,
en la tierra,
y por eso la arcilla y la corola,
el barro y las raíces
saben cómo te llamas,
y saben que mi boca
se juntó con la tuya
porque en la tierra nos sembraron juntos
sin que sólo nosotros lo supiéramos
y que crecemos juntos
y florecemos juntos
y por eso
cuando pasamos,
tu nombre está en los pétalos
de la rosa que crece en la piedra,
mi nombre está en las grutas.
Ellos todo lo saben,
no tenemos secretos,
hemos crecido juntos
pero no lo sabíamos.
El mar conoce nuestro amor, las piedras
de la altura rocosa
saben que nuestros besos florecieron
con pureza infinita,
como en sus intersticios una boca
escarlata amanece:
así conocen nuestro amor y el beso
que reúnen tu boca y la mía
en una flor eterna.
Amor mío,
la primavera dulce,
flor y mar, nos rodean.
No la cambiamos
por nuestro invierno,
cuando el viento
comenzó a descifrar tu nombre
que hoy en todas las horas repite,
cuando
las hojas no sabían
que tú eras una hoja,
cuando
las raíces
no sabían que tú me buscabas
en mi pecho.
Amor, amor,
la primavera
nos ofrece el cielo,
pero la tierra oscura
es nuestro nombre,
nuestro amor pertenece
a todo el tiempo y la tierra.
Amándonos, mi brazo
bajo tu cuello de arena,
esperaremos
cómo cambia la tierra y el tiempo
en la isla,
cómo caen las hojas
de las enredaderas taciturnas,
cómo se va el otoño
por la ventana rota.
Pero nosotros
vamos a esperar
a nuestro amigo,
a nuestro amigo de ojos rojos,
el fuego,
cuando de nuevo el viento
sacuda las fronteras de la isla
y desconozca el nombre
de todos,
el invierno
nos buscará, amor mío,
siempre,
nos buscará, porque lo conocemos,
porque no lo tememos,
porque tenemos
con nosotros
el fuego
para siempre.
Tenemos
la tierra con nosotros
para siempre,
la primavera con nosotros
para siempre,
y cuando se desprenda
de las enredaderas
una hoja
tú sabes, amor mío,
qué nombre viene escrito
en esa hoja,
un nombre que es el tuyo y es el mío,
nuestro nombre de amor, un solo
ser, la flecha
que atravesó el invierno,
el amor invencible,
el fuego de los días,
una hoja
que me cayó en el pecho,
una hoja del árbol
de la vida
que hizo nido y cantó,
que echó raíces,
que dio flores y frutos.
Y así ves, amor mío,
cómo marcho
por la isla,
por el mundo,
seguro en medio de la primavera,
loco de luz en el frío,
andando tranquilo en el fuego,
levantando tu peso
de pétalo en mis brazos,
como si nunca hubiera caminado
sino contigo, alma mía,
como si no supiera caminar
sino contigo,
como si no supiera cantar
sino cuando tú cantas.

Pablo Neruda

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Paixão



Essa história de paixão é muito estranha. Amar é complexo, mas paixão é estranho. Paixão é intensa, rápida e te consome de tal maneira que o amanhã não importa. Amor tem aquela coisa de ser calmo e companheiro. Paixão é complicada.

Paixão é aquilo que te desconcerta. Deixa-te fora de si e mesmo assim você continua sorrindo e querendo mais e mais. Esse “mais e mais” que acaba com tudo. Nunca dosamos certo o que nos deve ser ministrado. Paixões loucas e desvairadas são perigosas, mas deliciosamente perfeitas de se viver uma vez na vida.

Paixões que me deixam louca e me tiram do sério são coisas que sinto falta. Sinto falta daquelas que sentia aos meus quinze e dezesseis anos e me faziam virar noites em claros e que me obrigavam a ensaiar o que falar para a pessoa. Ou mesmo o drama de enfrentar o mundo por uma paixonite. Emoções, emoções, preciso de emoções. Emoções que me acalentem e não que me sufoquem ou que estejam prestes a me matar.

O frescor da emoção é sensacional. Paixão é emoção em sua essência. Paixão é aquela emoção que nasce da bica e vai pro jarro de barro pra ficar fresca sempre. Então quando vai beber dessa água acabam se molhando por inteiro e estragam toda a beleza que existe na intensidade da paixão.

Vivo de paixonites. Confesso que em meus quase vinte anos eu realmente amei, e amo, uma única vez. Tal amor persiste, perdura, resiste, se mantém vivo há cinco anos. Cinco anos foi tempo suficiente para uma linda amizade se constituir e a plena confiança existir. Mas a distância, sempre ela, nunca permitiu que tal amor fosse concretizado. E como disse: vivo de paixonites.

Minhas paixonites são diárias, dessas que surgem num dia e morrem noutro. Inconstante? Talvez. Mas paixões são assim. Isso, talvez, explique minha vasta lista de ex-namorado/as. Ou até mesmo a gama variada de pessoas que me entreguei por uma noite levianamente, por pura paixão ou simples desejo e tesão. Mesmo que no dia posterior eu pouco me importe com o que ocorreu entre mim e a pessoa, houve sentimento no momento ou eu não estaria ali.

O sentimento é o que une. Seja lá o que for. E a paixão é e sempre será o sentimento catalisador dos maiores encontros do mundo, mas também das maiores cagadas. Paixão surge do nada e quando aflora não há força no mundo que possa barra-la. E é fácil compreender que a paixão atrai o tesão, logo com paixão temos muito mais sexo e com isso muito mais felicidade. O amor não trás isso sempre. O amor não correspondido gera dor e sofrimento, a paixão não correspondida trás nova paixão. Amor desculpe-me, você está fora.

domingo, 17 de junho de 2012


Amor mío, no te quiero por vos ni por mí ni por los dos juntos, no te quiero porque la sangre me llame a quererte, te quiero porque no sos mía, porque estás del otro lado, ahí donde me invitás a saltar y no puedo dar el salto, porque en lo más profundo de la posesión no estás en mí, no te alcanzo, no paso de tu cuerpo, de tu risa, hay horas que me atormenta que me ames, me atormenta tu amor que no me sirve de puente porque un puente no se sostiene de un solo lado … no me mires con esos ojos, para vos la operación del amor es tan sencilla, te curarás antes que yo y eso que me querés como yo no te quiero. Claro que te curarás, porque vivís en la salud, después de mí será cualquier otro, eso se cambia como los corpiños... Lo que mucha gente llama amar consiste en elegir a una mujer y casarse con ella. La eligen. Como si pudiese elegir en el amor, como si no fuera un rayo que te parte los huesos y te deja estaqueado en la mitad del patio. Vos dirás que la eligen porque la aman, yo creo que es al vesre. Vos no elegís la lluvia que te va a calar hasta los huesos.... 




Julio Cortázar  in Rayuelas, Capitulo 93

domingo, 10 de junho de 2012

Vou pro samba!


Vou colocar meu vestido cinza tomara que caia rodadinho com estampa de poás e flores, calçar minha sapatilha e ter como trilha sonora o pandeiro e o cavaquinho. Vou arrumar meu cabelo de tal modo que ele acompanhe o meu rodopiar. Prepararei meu sorriso e o brilho nos olhos para reverenciar a doce melodia.

Meu corpo clama pela harmonia que o samba proporciona. Ele treme ao sentir que estou indo dançar. Uma alegria invade meu pequenino ser só de ouvir ao longe o instrumental. Ah, para o samba eu vou! Vou me acabar e voltar só amanhã de manhã.

Todos saberão que estou radiante e de bem com a vida só de adentrar o salão. Na gafieira serei de todos os cavalheiros que quiserem me conduzir. Entregar-me-ei aos braços de quem quiser compartilhar comigo a pequena felicidade que é esta dança. Distribuirei doces palavras e gentilezas. Serei só sorrisos, mesmo que esteja sozinha.

Mas, sei bem, encontrarei aquele moreno do cabelo cacheadinho e de sorriso largo no meio da noite. Paixão é uma palavra, e um sentimento, tão insignificante perto do que ele vai representar. Fazer-me sorrir de canto de boca, abaixar a cabeça e corar e tão raro e difícil e este moço conseguirá fazer tudo isso ao mesmo tempo. Teorizo que ele vai exercer sobre mim algum tipo de alquimia, só posso imaginar isso.

E esse encontro vai me render a mais deliciosa dança que pode existir na vida. A dança de dois amantes que o destino, esse engraçadinho, tratou de juntar num lugar que nenhum dos dois jamais pensariam encontrar o dito amor, quem dirá o que se estende pelo resto dela. Aquele que se tem o grande carinho e apenas com os olhos há as maiores e melhores conversas do mundo.

É o fim da noite me reservará um amor e uma dor. Um amor que grudou no coração e uma dor que a distância não permitirá aplacar tão facilmente. Mas não tem o porquê de me lamentar, desse samba guardarei sempre a emoção que irei sentir ao adentrar o salão e ao encontrar aquele que me arrancou tão belos suspiros. Dor é desnecessária, só amor e felicidade devem permanecer. A gafieira não é lugar de lágrimas e tristeza, muito pelo contrário é o lugar mais alegre do mundo.

Vou ao samba! E lá meu amor hei encontrar. Vou dançar até cansar e ser feliz.



Andreza Maciel

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Volta ao tempo... ou não

Eu era tão egoísta, onde foi parar este meu defeito que eu tanto preservava? Cadê meus anos de ensino médio em que o que contava em primeiro plano era somente as minhas vontades? Cadê minhas noites de sono tranquilo e sem preocupações? Cara, quem colocou esse peso nas minhas costas?

Hey, senhor tempo dá pra você voltar pros meus 14 anos e quando chegar nos meus 18 voltar de novo? E ficar nesse cíclo vicioso por, sie lá, ad infinitum? Sabe, ando querendo voltar a ser só aquela jovenzinha louca e inconsequente sem medida. Ser adulta responsável está me demandando muito tempo e me dando muitas rasteiras. Não só rasteiras, mas muitas pancadas que me derrubam por completo.

Mas sabe de uma coisa, meu caro tempo, o que você conseguiu preservar foram amigos. Bons amigos. Daqueles que todos os dias me arrancam um sorriso e sempre de alguma maneira diferente. É, por isso lhe sou muito grata. Hoje percebo que sem eles, meus grandes amigos, muita coisa não valeria a pena. Mesmo essas coisas que eu ando detestando e achando um tanto quanto insuportável, pois aguentar meu mau-humor e minhas reclamações constantemente é um trabalho hercúleo e bastante cansativo.

Doravante, dignissímo tempo, tentarei não reclamar tanto da minha vida. Não por nada, eu reclamaria constantemente e continuamente de muitas coisas que me acontecem, mas por saber que às vezes é possível descarregar este fardo pesado com algumas pessoas :)


(Obrigada por tudo)

terça-feira, 29 de maio de 2012

Tão intenso...


Tudo é tão intenso que às vezes é inacreditável. Inacreditável pela velocidade como tudo acontece e com o peso que tudo recai sobre mim. A sensação de êxtase que isso me causa é sensacional e peço com todas as minhas forças que não acabe.

Peço que não suma, não desapareça, não acabe. Simplesmente me viciei nisso. É algo necessário para a minha vida, para o meu dia fluir melhor e em perfeita harmonia. Sinto que se não há uma dose diária o meu sorriso não é o mesmo e o céu não é tão azul.

Começou tão tímido e, juro por tudo aquilo que acredito, nunca imaginei que tomaria a proporção que hoje tem. Tomou um tamanho que me reconforta nas horas mais difíceis e nas de alegria me deixa extasiada. É aquilo que permite o perfeito equilíbrio dos meus dias e os doces sonhos nas minhas noites. É o que sempre me traz brilho nos olhos e um sorriso fácil no rosto.

Só me resta agradecer por aquele dia em 2010 em que eu, ainda uma aluna do Ensino Médio, perguntei para a minha então professora de biologia Maíra Mendes se era preciso ser formada para dar aula no cursinho que iria abrir. Após a confirmação que não era necessário e me prontificar a dar aulas, caso passasse na faculdade. E tudo aconteceu naturalmente. 

E hoje já faz mais de um que dou aula e nada poderia me dar mais alegria. Todos os sábados que vou até o Cursinho Popular Salvador Allende sei que o cansaço é certo, mas no final a recompensa será bem maior. E tudo o que eu sempre faço é agradecer por poder participar de tudo isso. Sem mais :)

terça-feira, 8 de maio de 2012

Sejamos francos e vamos parar de mentir para nós mesmos. Não precisa gritar para o mundo seu frágil sentimento, só aceite o que está evidente. Hey, topa me dar a mão e enfrentar isso?

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Escolha

Meu bem, nada será apressado ou forçado. Mas não me peça para esperar eternamente, sou ansiosa e tenho sede de paixão. Peço encarecidamente, não me enrole! Se for para isso, desistimos e largamos tudo o que nem foi planejado e pensado.

Pois, creio eu, você há de concordar comigo que não existe um motivo para estarmos tão... enfim. Nossa ligação é intensa! Ou não, como você costuma dizer. A conversa flui e nada é ensaiado, mas como encaminharemos tudo isso?

Veja bem, depois de todos os poemas declamados, músicas escutadas e carinhos trocados o que estamos fazendo somente nos olhando? Está na hora de mudar de postura. Anseio por algum posicionamento seu.

Então, aceitei dançar com você e agora? Seguiremos dançando ou iremos parar e nos desvincular?

A escolha é sua!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Divinas dualidades

As dualidades que a vida nos coloca são lindas, aliás, divinas! Umas parecem tão opostas a outras, mas, em suma maioria, são apenas seu complemento. Complemento este que necessita de cuidado e reflexão. E essas coisas levam tempo, não apenas umas horas ou alguns dias, mas longos períodos com tais dicotomias girando na mente.

E a mente não para de trabalhar. Ela sempre fará você pensar naquilo que mais te incomoda e naquilo que mais te alegra, conforme-se! Não importa o quanto você tente fugir isso perseguirá você até o fim da sua vida. E será isso que trará cor a ela! O não refletir é cinza e sem graça.

A constância e convergência eterna de pensamentos é bizarra e não permite evolução. A discordancia, a reflexão e as divergências que a vida nos submete não são obstáculos, mas somente mais um convite filosófico que nos é oferecido. Basta apenas ter a consciência de aceitar ou não. Evoluir é preciso, crescer e amadurecer assim como sempre foi orientado, porém cada um sabe de suas dualidades e a que reflexões elas levam. Logo cada um nunca será igual a outro.

As experiências vividas individualmente só fazem com que o convite seja reforçado ou negado constantemente. Gozado olhar a sua volta e perceber como as pessoas fazem tal escolhe, porque nem sempre o mais fácil é o mais calmo e melhor. Será que as dualidades do mundo serão resumidas em apenas "certo e errado" e "bem e mal"?

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Meu querido Carlos Henrique

Mesmo sabendo que eu não podia fazer nada, dói. Não dói tanto quanto algo inesperado, talvez a sua "despedida" tenha me confortado e aliviado a dor que eu sentiria. Talvez por eu saber o que poderia acontecer, e aconteceu, me permitiu aceitar o fato de coração aberto e não sofrer.

Confesso que hoje quase chorei. Algo que não é lá tão comum quando eu lembro de você, mas acabei lembrando da música... Sabe "Duas lágrimas" da Fresno, que você tanto gostava? Então, ela me veio subitamente na mente e comecei a cantá-la. Na segunda estrofe eu já estava com os olhos molhados e nos dois últimos versos eu tinha a garganta travada num nó e minha voz nem saia. Mas vamos esquecer isso, prometi a você que seguiria sorrindo e feliz.

Lembrar de tudo o que passamos juntos me deixa, sempre, com um sorriso largo no rosto. Não consigo ficar triste ao remexer nesses lembranças, na verdade sinto muita saudade e um carinho enorme me inunda. E a minha grande memória guardada são risadas e mais risadas, então não há motivo para chorar por tais lembranças :)

Cara, esses dias vasculhei minhas coisas* e achei aquela corrente que você me deu. Tá toda fudida e enferrujada, mas tá aqui! É, eu perdi todas as oportunidades que eu tinha para perguntar o porquê de você me dar uma corrente, mas isso acontece.

Voltando a música. Como você disse pra mim, ela realmente não deve ser ouvida como uma despedida de amor, mas  sim de um grande amigo dizendo a outro "Olha, aguenta firme! Eu vou embora, mas vou tá contigo nas memórias e no coração". Eu devia ter entendido isso na época, mas era criancinha demais... ainda sou criança, mas estou começando a entender o que você fez por mim.

Kick, valeu mesmo.TAMO JUNTO!

Inferno coletivo

Às seis da tarde, a face cansada dos passageiros é evidente, alunos com mochilas aos pés por não aguentarem mais seus pesos, trabalhadores dormindo encostados nos vidros frios, senhoras caladas por não terem forças para falar, o cobrador sujo de seu dia de trabalho, o motorista dirigindo calmamente, pois há chuva lá fora.

A chuva que impede a circulação de ar dentro do ônibus, deixando-o como uma sauna. O cheiro que está no ar é insuportável e quase tátil de tão denso. O suor que escorre da fronte dos passageiros agrava a cada segundo a tensão e o calor por eles sentido, no que já é extremamente torturante.

Tic-tac, tic-tac, é o som emitido pelo relógio de pulso do cobrador e todos em silêncio fúnebre o escutam, não esperam a hora que, finalmente, sairão do inferno coletivo para adentrar vossos lares.




Essa é uma redação que escrevi quando estava no pré-vestibular. Uma descrição de um ônibus lotado num dia de chuva.

domingo, 8 de abril de 2012

Dudz

Tantos anos depois você continuar me ensinando muito, continuar "cuidando" de mim, continua sendo aquele amigo que eu sempre procurei nos meus momentos de desespero. E é estranho como a maneira do ensinamento vem. Demorei anos para entender pequenas frases, pequenos gestos e atitudes, juro que ainda não acredito o quanto fui cega.

Eu agradeço por tudo! Pelos três anos que pude conviver com você e por todo o carinho destinado a mim. Obrigada por me ensinar a loucura da sensatez e o doce prazer da inconsequência futura. Obrigada por aguentar meu choro baixinho e minha risada escandalosa. Obrigada por, principalmente, acreditar em mim!

Não consigo expressar em palavras o que sinto sempre que lembro de tudo. Não sei escrever o sentimento que há no meu peito em saber que nunca mais abraçarei você, conversarei com você, ouvirei sua voz, verei seu sorriso. É meio demais pra mim. Saber que uma hora você me abraçava, gritava para todos que me amava  e falando "Pieni, nunca vou abandonar você! Você entendeu? Jamais você vai ficar sozinha." e na outra hora você foi arrancado de mim.

Passaram quatro anos, Dudz. Quatro anos de muita saudade e, infelizmente, muito choro. Nesse tempo muitas vezes ignorei o fato de você não poder me responder mais e sempre o procurei. Em vão. Mas, agora, prometo que vou conseguir. Vou ser a mulher que um dia você disse que eu era/seria. Mesmo que eu seja apenas essa criança, que tenta guardar toda a sua dor, vou seguir adiante.

Não vou me DESVINCULAR, vou me conformar e aceitar o fato de você ter morrido e nunca mais poder me abraçar. Porque não posso esquecer da pessoa que um dia pegou na minha mão e disse que tudo daria certo no final. Dudz, eu também nunca vou te abandonar :)


quinta-feira, 29 de março de 2012

"Não desapareça". É bastou essa frase pra minha noite inteira ficar completa. Sem provações e sem nenhuma cobrança. Simples assim.

Às vezes conhecer a pessoa é muito importante. O tempo ajuda bastante neste quisito, mas a confiança e a sinceridade colaboram mais.

domingo, 25 de março de 2012

Quarto

O meu quarto é um quadrado perfeito, mas só em sua arquitetura. As imperfeições se encontram nas pequenas coisas, na bagunça cuidadosamente desajeitada da cama, no caos dos livros e papéis espalhados pelo quarto, em mim.

O quarto tem a cama de casal, a cômoda, a estante de livros, o guarda-roupa, a mesa do computador e o armário embutido. Há uma ou outra coisa avulsa que compõem a hormonia caótica desse cômodo, mas nada que deva ser ressaltado. E essa "zona", geralmente, reflete minha cabeça.

Como? Bom... Digamos que toda a bagunça, desordem e caos tem um propósito. Todo o estudo que faço, que me foco e me empenho se espalha pelo quarto. Tenho papéis com anotações linguísticas, na verdade abstrações, no guarda-roupa e dentro de porta-jóias. Mas não só de estudo vivo.

Vivo de tantas sensações. Mas como me disseram tantas vezes, sou fechada e não permito, com tanta facilidade, que se aproximem de mim. E isso está ali, no mancebo cheio de roupas, na cadeira zoneada, no armário revirado, nos livros empilhados. Essas sensações, emoções são tão fortes que ficam guardadas  em suas formas físicas e só não vê quem não quer.

Há tantas formas de mostrar isso, mas só meu quarto consegue ser tão claro. Pois não importa o quanto eu fale, grite ou escreva nada se compara com o visual escancarado que eu permito que minha vida fique.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Choque de realidade



Estava conversando com um amigo sobre uma apresentação que fizemos na 4ª série e rindo. Poucos minutos depois olho pro lado e vejo a pilha de textos que tenho que ler pra faculdade e a minha caixa de email lotada pelo cursinho que sou professora e coordenadora.




É. Eu cresci e não percebi.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Sonhos e planos

Sonhos são engraçados. Há semanas atrás eu tinha um sonho e jurava que ele se realizaria. Hoje ele está na minha caixa de sonhos impossíveis. Isso que é uma reviravolta!

Mas sonhos, planos, são algo que não temos muito controle. Quando criança eu disse que queria ser professora, hoje sou professora, mas antes quis ser médica, fisioterapeuta e atleta. Ah, como sonhei em ser atleta! Tive lindos sonhos com uniforme da seleção brasileira de natação e com pódios conquistados mundo afora. Hoje é uma doce lembrança.

Não fui uma menina tão comum. Digamos que enquanto muitas amigas minhas sonhavam com casamento eu sonhava com o meu futuro. E só meu! Nunca consegui incluir ninguém nele, eu achava desnecessário ficar pensando no futuro que alguém me daria se eu poderia traçar todo ele. Sonhei com minha graduação, meu mestrado e doutorado e nunca inclui um casamento no meio do caminho. Sonhei com filhos, confesso. Mas sempre sonhei em adotar.

Nunca fui convencional. Pensei a minha vida para ser vivida solitariamente. Planejei e contei dias, meses e anos para que muitas coisas chegassem. Mas há pouco mais de um ano tudo mudou e me vi mudando todos os planos. Me peguei sonhando e planejando uma vida a dois. Sonhei uma vida compartilhada, sonhei com casamento e com tudo que isso poderia acarretar. E não me importava de largar ou abrir mão de tudo que um dia planejei para ter isso.

E em menos de uma semana estou tendo de desenterrar todos os meus planejamentos e sonhos iniciais de adolescente e agora tentar pô-los em prática novamente. É a vida nos prega peças.

domingo, 11 de março de 2012

Segue, ela segue

Não consigo ficar calada. Não consigo focar em outra coisa. Todas as minhas reflexões vão para o mesmo ponto. Aceitei, sim já aceitei. Não quero que continue "cuidando" de mim, não há mais plural.

E acho que o que mais encrenco é com o plural. Com o que antes eu sonhava com o nosso, compartilhado e plural agora é só meu, ou só seu, de posse única e singular. E nesse ritmo de desejar e correr atrás da NOSSA vida e da pluralidade eu esqueci que eu tinha a MINHA vida e fui perdendo a minha singularidade.

Foi bom? O tempo dirá. E a minha incontancia também. O que antes pra mim havia sido decidido já não posso afirmar com tanta certeza, há responsabilidades e felicidade em jogo. Pensar nisso me faz voltar atrás e tomar outras decisões, que vão além do que eu realmente queria.

Mas a vida continua :)

Começo e fim

Nenhum começo e nenhum fim são esperados. Eu são acredito que um esteja tão próximo ou seja subsequente do outro. São tão distintos que não consigo traçar um paralelo entre eles.

Enfim. Sei que nada na vida é como queremos, pois se fosse assim o mundo seria perfeito e, sinceramente, sem graça alguma. Também sei que tal decisão é definitiva. E, embora, eu teime em dizer que não até mesmo minha esperança me diz que sim. Ela me joga isso na cara e eu, irredutível, ainda não aceitei.

Porém, revejo tudo. É. Esta é a verdade. Exposta para quem quiser ver. E eu sei o que deve ser feito. Prometo que vou afzer o que é melhor pra mim e para você. Apoio a sua decisão e já tomei a minha. Tenho um rumo certo a seguir e espero que ele me leve a lugar bom.