Essa história de
paixão é muito estranha. Amar é complexo, mas paixão é estranho. Paixão é
intensa, rápida e te consome de tal maneira que o amanhã não importa. Amor tem
aquela coisa de ser calmo e companheiro. Paixão é complicada.
Paixão é aquilo
que te desconcerta. Deixa-te fora de si e mesmo assim você continua sorrindo e
querendo mais e mais. Esse “mais e mais” que acaba com tudo. Nunca dosamos
certo o que nos deve ser ministrado. Paixões loucas e desvairadas são
perigosas, mas deliciosamente perfeitas de se viver uma vez na vida.
Paixões que me
deixam louca e me tiram do sério são coisas que sinto falta. Sinto falta
daquelas que sentia aos meus quinze e dezesseis anos e me faziam virar noites
em claros e que me obrigavam a ensaiar o que falar para a pessoa. Ou mesmo o
drama de enfrentar o mundo por uma paixonite. Emoções, emoções, preciso de
emoções. Emoções que me acalentem e não que me sufoquem ou que estejam prestes
a me matar.
O frescor da
emoção é sensacional. Paixão é emoção em sua essência. Paixão é aquela emoção
que nasce da bica e vai pro jarro de barro pra ficar fresca sempre. Então
quando vai beber dessa água acabam se molhando por inteiro e estragam toda a
beleza que existe na intensidade da paixão.
Vivo de
paixonites. Confesso que em meus quase vinte anos eu realmente amei, e amo, uma
única vez. Tal amor persiste, perdura, resiste, se mantém vivo há cinco anos.
Cinco anos foi tempo suficiente para uma linda amizade se constituir e a plena
confiança existir. Mas a distância, sempre ela, nunca permitiu que tal amor
fosse concretizado. E como disse: vivo de paixonites.
Minhas paixonites
são diárias, dessas que surgem num dia e morrem noutro. Inconstante? Talvez.
Mas paixões são assim. Isso, talvez, explique minha vasta lista de
ex-namorado/as. Ou até mesmo a gama variada de pessoas que me entreguei por uma
noite levianamente, por pura paixão ou simples desejo e tesão. Mesmo que no dia
posterior eu pouco me importe com o que ocorreu entre mim e a pessoa, houve
sentimento no momento ou eu não estaria ali.
O sentimento é o
que une. Seja lá o que for. E a paixão é e sempre será o sentimento catalisador
dos maiores encontros do mundo, mas também das maiores cagadas. Paixão surge do
nada e quando aflora não há força no mundo que possa barra-la. E é fácil
compreender que a paixão atrai o tesão, logo com paixão temos muito mais sexo e
com isso muito mais felicidade. O amor não trás isso sempre. O amor não
correspondido gera dor e sofrimento, a paixão não correspondida trás nova
paixão. Amor desculpe-me, você está fora.